Falar é fácil, difícil é fazer-se entender – Parte II

Ao decidir escrever o blog pensa aqui comigo confesso ter sido movido por várias pretensões, as quais tenho declarado abertamente, de modo tanto a atrair a atenção do leitor que se identificar com os temas e abordagens propostos, quanto para afastá-los tão logo creiam que não estou dando conta do recado.

Dito onde pretendo chegar, noto a necessidade de indicar de onde estou partindo. Pretendo elaborar uma lista com fontes onde se encontrem ideias que achei interessante e incorporei livremente a meus argumentos. Quando a referência for mais específica, a destacarei no próprio post.

Não tenho pretensões científicas ou acadêmicas, mas julgo-me suficientemente “treinado” para fugir do senso comum, da mera opinião, e da especulação infundada, que abundam todas as formas de produção, distribuição e consumo de “informação”.

Tratarei deste assunto com mais tempo, por ora cabe enfatizar que vem daí minha maior motivação: oferecer algo diferente, em termos de ideias, de abordagem e de atitude.

Meu modo de pensar envolve basicamente:

  • atitude filosófica: dlstanciamento contemplativo, dúvida sistemática, especulação estruturada
  • respeito ao método e rigor científico: só chegamos neste estágio de conhecimento graças a ele
  • preocupação lógico-formal: principio que informa os anteriores, mas nunca é demais pontuar

Destaco algumas aplicações destes princípios:

  • valorização às ideias mais que aos fatos, em que pese a importância destes para chegar-se àquelas*
  • entendimento das dicotomias (matéria x energia, bem x mal…) como categorias da percepção ou explicação da realidade, e não como sua real natureza
  • preocupação sistemática e metodológica na definição dos problemas: erros conceituais levam a discussões estéreis
  • presunção de legitimidade e boa-fé, independentemente da posição defendida em temas polêmicos: entendida como a coerência entre os meios utilizados para defender uma posição e os aceitos ou colocados à disposição da tese contrária
  • elogio à simplicidade; horror à simplificação: a simplicidade se impõe ao entendimento com naturalidade, buscá-la voluntariamente, forçá-la a expor-se denota nada mais que incapacidade de entender o tema em sua complexidade.
  • renúncia ao uso de suposições em argumentos, exceto se em exercício em que se procure exaurir e comparar as várias possibilidades
  • presunção de multiplicidade de causas: mesmo os fenômenos menos complexos guardam mistérios e surpresas, pois a observação de suas causas jamais é plena

Nestes termos espero fazer-me entender…


  • valorização às ideias mais que aos fatos, em que pese a importância destes para chegar-se àquelas – reconheça-se aqui a dualidade entre empirismo e apriorismo, que perpassa toda discussão sobre as bases do conhecimento humano. Refugiar-me nas ideias, não significa aqui nada além do reconhecimento de que não poderei, no mais das vezes, recorrer a fatos cuja comprovação esteja a meu alcance.

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