O século passado viu surgir o conceito de comunicação de massa. Acompanhando o ritmo acelerado da evolução tecnológica, a comunicação na sociedade humana mudou drasticamente.
Além dos novos meios, como o rádio, a televisão, o cinema e a música gravada em suportes físicos, outros meios tradicionais, como jornais, livros e revistas, passaram a ter produção em larga escala e distribuição em escala global.
A comunicação de massa caracteriza-se pela assimetria entre o emissor e o receptor da mensagem. O canal da comunicação não está disponível na mesma medida e condições para ambos. Não se estabelece um diálogo, propriamente dito. Os grandes conglomerados são vistos como representantes ou propriedade mesmo de classes dominantes, que produzem e disseminam informações e conteúdos alinhados a seus interesses.
Mais para o fim do século XX estava-se pavimentado o caminho para que a comunicação pudesse se beneficiar dos avanços da informática em todos seus aspectos e todos seus efeitos: variedade de formatos; ferramentas mais simples; plataformas de distribuição cada vez mais acessíveis.
Contudo, este novo ambiente em transformação, em que se dá a comunicação digital, em que pese poder democratizar a produção de conteúdos, tampouco restabeleceu alguma simetria, reciprocidade ou condição para diálogo efetivo e produtivo.
Devem ser rediscutidas com profundidade e responsabilidade, por todos os setores da sociedade, as muitas questões relacionadas ao fenômeno da comunicação, aplicadas a esse novo ambiente, tais quais:
- princípios da liberdade de pensamento e liberdade de expressão
- qualidade do conteúdo
- responsabilidade pelo conteúdo veiculado
- marco legal regulatório
- segurança da informação
Por enquanto, o que vemos é um ambiente propício à proliferação de conteúdo de procedência duvidosa, uma profusão de fontes, inclusive assim entendidas as fontes secundárias, que não produzem, mas reproduzem, repassam conteúdo sem maiores preocupações.
Uma consideração sobre “O ambiente dos meios de comunicação digital”