Em algum momento no futuro, ao abordar o tema controverso da natureza humana, vou apoiar-me na ideia de que a diferença entre a espécie humana e as demais é a capacidade de transformar os recursos que encontra na natureza.
Uma que outra espécie desenvolveram habilidades neste sentido. Pássaros constroem ninhos com uma diversidade de materiais, abelhas fazem bonito, produzem a cera com que constroem a colmeia. Castores constrem diques com troncos de árvore que serram com os dentes para essa finalidade, pinguins constroem iglus com gelo.
No entanto, é bastante limitada a capacidade de qualquer espécie, exceto a humana. Geralmente limita-se a um só talento, restrito a melhorar sua alimentação ou a abrigar-se, mas fundamental ao seu sucesso evolutivo, ou seja, à sua sobrevivência enquanto espécie.
Os ancestrais da raça humana, por sua vez, ao criarem os primeiros artefatos, desencadearam um processo em que a evolução tecnológica retroalimentou a evolução biológica e foi por ela retroalimentada, acelerando sobremaneira o conjunto.
Pois bem, alguns dos primeiros artefatos foram, com certeza, pedaços de galhos, de troncos ou raízes de árvores, materiais lenhosos, gravetos, pedaços de pau… Podemos dizer sem medo que o sarrafo esteve conosco durante toda a evolução da espécie, tendo sido essencial para chegarmos onde estamos.
Em homenagem pois, e em reconhecimento à sua importância e à sua onipresença na história da humanidade, à sua confiabilidade e insuperável poder transformador, mesmo em era de tecnologias digitais sofisticadas, vou lançar mão dessa peça de apelo nostálgico neste blog.
Em breve, na seção BAIXANDO O SARRAFO, vou render-me à tentação de opinar contra as impropriedades mais absurdas que tomar conhecimento.
Baixarei o sarrafo à esquerda e à direita, indistintamente, procurando ater-me a casos sintomáticos, de comportamentos recorrentes, de comprovada má-fé ou prática política deplorável.
Pinguins constroem iglus com blocos de gelo? Você não deixou passar batido essa, né??