Livre-arbítrio
Desidério Murcho
Problema 1: Temos realmente livre-arbítrio, ou é só uma ilusão?
Problema 2: Quais são as componentes mais relevantes do livre-arbítrio, e que contributo dão para uma vida humana bem vivida?
Problema 3: O livre-arbítrio é compatível com a tese de que todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores?
Desidério Murcho
O que se visa aqui é aprender a tomar melhores decisões, baseadas em melhores deliberações, em vez de decidirmos as coisas mais ou menos aleatoriamente, segundo os impulsos do momento. Deparamo-nos quase a toda a hora com conflitos de valores — duas ou mais coisas que valorizamos, mas que são incompatíveis — e é sempre tentador fazer o que é mais imediato, mais fácil ou mais atraente. Depois paga-se o preço, porque isso que foi mais fácil há dez anos conduziu a uma vida que agora é pior, ou que resultou em doenças, ou que não conduziu à realização humana que agora lamentamos não ter.
Decisões melhores exigem deliberação melhor, e estes são dois dos três elementos importantes para o florescimento humano. O terceiro é o controlo, ou autodisciplina, que nos permite manter a decisão que tomámos, depois de uma deliberação cuidadosa. De nada adianta deliberar cuidadosamente sobre o que queremos para a nossa vida, se depois não conseguimos exercer o controlo necessário para levar por diante as decisões tomadas. Deliberação, decisão e controlo constituem, pois, uma tríade fundamental para compreender melhor aqueles aspectos do livre-arbítrio que têm um impacto profundo no florescimento humano.
